O casal de idosos Stephen e Karen Jester, missionários veteranos das Assembleias de Deus Missões Mundiais (AGWM), está se preparando para pregar Jesus na África em 2025. Enquanto isso, eles afirmam que seu chamado é imparável.
Stephen e Karen têm anos de experiência no campo missionário. No entanto, eles enfrentaram muitos desafios ao longo do ministério.
Apesar das circunstâncias difíceis, eles retornaram à África no ano que vem, quando a maioria das pessoas da idade deles antecipa a aposentadoria.
Na África, eles treinarão novos pastores e líderes nas regiões de Lomé, Togo e na Escola Avançada de Teologia da África Ocidental, ensinando sobre missões e plantação de igrejas.
Chamado de Deus
Stephen foi vocacionado enquanto pastoreava a Primeira Assembleia de Deus em Glenwood, Arkansas, Estados Unidos. Durante uma visita de missionários ele sentiu seu coração queimar para levar o Evangelho a grupos de pessoas não alcançadas.
Então, em 1991, a família Jester — incluindo seus três filhos pequenos — desembarcou em Freetown, a capital de Serra Leoa, na fronteira com o Oceano Atlântico na África Ocidental.
Segundo a AG News, cerca de 79% dos 8,6 milhões de habitantes do país seguem o islamismo e 21% são cristãos.
Na região, o ministério deles incluía plantar igrejas, ensinar na "Evangel Bible College" em Freetown e dar suporte a evangelistas locais que conduziam cruzadas em tendas atraindo centenas de crianças.
Por meio desta estratégia evangelística, muitas crianças muçulmanas aceitaram Jesus.
O casal permaneceu no local até 1997, quando uma guerra civil devastou o país. Gangues rebeldes da Libéria se juntaram à luta e invadiram as minas de diamantes de Serra Leoa.
Na ocasião, meninos de até 12 anos trabalhavam em postos de controle militares exibindo armas pesadas. Tiros noturnos assustavam famílias e rebeldes invadiram vilas torturando adultos e crianças.
Com isso, as agências missionárias tiveram que deixar o país. Os Jesters se mudaram para o Senegal como parte de uma equipe de seis missionários AG de língua inglesa representando Gâmbia, Serra Leoa, Libéria e Gana.
Eles se concentraram em plantar igrejas, apoiar pastores locais, organizar conferências de liderança e trabalhar com as crianças da África.
O impacto do ministério
Em 2000, os Jesters retornaram aos EUA, servindo os 14 anos seguintes em várias funções missionárias com a Life Publishers, Africa Harvest e Africa's Hope.
Stephen afirmou honrar a fé dos cristãos africanos que servem em condições adversas e, às vezes, em severa perseguição.
Ele relembrou que durante um seminário na República do Congo, cerca de 40 a 50 pastores caminharam quilômetros para comparecer.
Quando a reunião terminou, o missionário que pregou sobre o sofrimento convidou pastores feridos a se unirem em oração.
Depois que 10 responderam e nove retornaram aos seus assentos, um ficou sozinho, então Stephen o abraçou e orou por ele.
O pastor congolês começou a chorar, enquanto ele havia caminhado quilômetros para estar na reunião, sua esposa e filhos foram assassinados e sua casa destruída.
No entanto, o pastor se recusou a fugir. Em vez disso, ele convidou oito crianças órfãs para viver com ele em sua igreja.
“Quando vejo a dor que meus irmãos suportam pelo Evangelho, meus próprios esforços e experiências parecem tão pequenos”, relatou Stephen.
E continuou: “Eles foram espancados, apedrejados, rejeitados por suas famílias e presos, mas se recusam a desistir e continuam pregando Jesus e plantando igrejas”.
Superando a dor
Em 2014, o casal enfrentou uma tragédia que abalou a fé da família. No dia 7 de dezembro de 2014, seu filho Benjamin, de 30 anos — criado no campo missionário na África Ocidental — foi assassinado.
De acordo com a AG News, Benjamin tinha um negócio de pintura bem-sucedido em Springfield, Missouri, mas lutava contra problemas de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) e uso aleatório de drogas.
"Eu estava extremamente deprimido e bravo. Como Deus pôde deixar isso acontecer?", relembrou Stephen.
Nesse período, Stephen passou por um aconselhamento cristão que lhe permitiu desabafar seus verdadeiros sentimentos. Os encontros foram os primeiros passos para sua recuperação.
Precisando de tempo e espaço para se curar, o casal pediu demissão da AGWM e deixou Springfield para ajudar seu filho Jacob a plantar a Compel Church em Glendale, Arizona, um subúrbio perto de Phoenix.
“Aprendemos que os caminhos de Deus não são os nossos. Deus conhecia a nossa dor e não nos abandonou. Confiamos Nele e em seus planos para nós”, declarou Stephen.
Então, após a restauração, o casal voltará ao continente africano em 2025.
Jacob Jester, de 43 anos, reflete a determinação de seus pais e seu amor pela África. Ele e a esposa Kristin, de 40 anos, foram nomeados missionários da AGWM em 2019 e fundaram a “Africa Call” como um grupo de mobilização e defesa de novos missionários.
Ele vê a mobilização como uma oportunidade estratégica para o Espírito Santo impactar os 1,4 bilhão de pessoas do continente com a população mais jovem do mundo. Segundo ele, 70% na região subsaariana têm menos de 30 anos.
"Nossa meta é recrutar 200 novos missionários da AG nos próximos 10 anos. Queremos liderar uma equipe para mobilizar a próxima geração para plantar uma igreja saudável a uma curta distância de cada africano", concluiu Jacob.
Publicada por: RBSYS
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